Limpar a casa, servir refeições e desinfetar hospitais são algumas das tarefas que os robots desempenham atualmente. No entanto, há 100 anos atrás essa realidade era bastante diferente, mas foi nessa altura que o termo surgir pela primeira vez, numa peça de teatro em janeiro de 1921. O SAPO TeK recorda um século de história dos robots, uma invenção que tem cada vais mais funcionalidades.
Foi num palco de teatro em Praga, na República Checa, que se utilizou pela primeira vez o termo “robot”, na língua checa (robota), com o significado de “trabalho forçado”. A peça de ficção científica Rossum's Universal Robots, do escritor checo Karel Capek, dá a conhecer uma fábrica que produz pessoas artificias, designadas por robots.
Clique nas imagens para ver os robots na peça de 1921
De notar, no entanto, que, em termos práticos, os robots que surgem na peça são muito diferentes dos mais modernos. Em 1921 surgiram como “criaturas” de carne e osso que estão mais próximas do conceito moderno de clones do que de máquinas.
E que história retrata a peça? Numa fase inicial, os robots parecem estar felizes ao trabalhar para os seres humanos, mas uma rebelião de robots acaba por levar à extinção da raça humana. No entanto, numa versão mais recente, o escritor Karel Capek apostou numa abordagem diferente, onde os robots se tornaram numa classe de “servos” na sociedade humana.
A Reuters resumiu em cerca de dois minutos a história de um século dos robots. Veja o vídeo
Do teatro para a televisão: a rebelião dos robots continua
O tema da rebelião dos robots inspirou guiões para séries e filmes muito conhecidos de ficção científica. Em 1982, por exemplo, estreou o Blade Runner. O filme transporta-se até ao ano de 2019 em Los Angeles, onde “replicantes” humano são projetados para trabalhar em colónias espaciais. Quando um grupo deles foge para Terra, desenrola-se uma “caça” para os apanhar.
Dos que fazem companhia até aos que realizam tarefas mais “sérias”. Há robots para todos os gostos
Os robots têm surgido com aspectos bastante diferentes uns dos outros, tendo também funcionalidades muito diversas. E num ano que ficou marcado pela pandemia de COVID-19, a robótica não ficou indiferente à crise de saúde pública.
Clique na galeria para conhecer os robots mais “famosos” dos últimos anos
1 – Robot Sophia da Hanson Robotics
Desde que foi revelada ao mundo em 2016, a robot humanoide Sophia tornou-se numa sensação no mundo da robótica, chegando até a ser uma das figuras de destaque nas edições de 2017, mesmo antes de ganhar cidadania na Arábia Saudita, e 2018 do Web Summit em Lisboa. Agora, a Hanson Robotics quer pôr os seus robots humanoides a ajudar no combate à COVID-19, com quatro modelos que incluem a Sophia e a Grace, um novo autómato desenvolvido para o setor da saúde, e pretende começar a produzi-los em massa até ao final do ano.
2 – Robots da Boston Dynamics
A equipa de robots da Boston Dynamics inclui três membros: o humanoide Atlas, o cão robot Spot e o Handle, uma ajuda útil para as operações logísticas. O primeiro consegue realizar tarefas como ajudar em operações de busca e salvamento e desligar, enquanto o Spot foi pensado para realizar de forma autónoma atividades relacionadas com deteção industrial e operação remota. Mais recentemente, o cão-robot ajudou também no combate à COVID-19.
3 – Bumble, um assistente de astronautas
O Bumble é um dos três robots que compõem o Astrobee - um sistema robótico de voo livre que terá como objetivo ajudar astronautas através da realização de tarefas de rotina, e que, segundo a NASA, terá um papel importante nas futuras missões para explorar a Lua e Marte. Em junho de 2019, o equipamento foi o primeiro a voar de forma autónoma no espaço.
4 – “Robots baristas” na Coreia do Sul
Em maio de 2020, e com a diminuição de casos de COVID-19 na Coreia do Sul, os “robots baristas” ganharam mais popularidade. Num estabelecimento na cidade de Daejeon há uma dupla de robots que prepara cafés e os entrega aos clientes, garantindo que não há contacto desnecessário entre as pessoas. A primeira parte do sistema é composta por um braço robótico capaz de preparar 60 tipos de bebidas diferentes. A segunda assume a forma de um empregado de mesa robótico, entregando os pedidos e calculando a melhor rota para evitar acidentes.
5 – Robot humanoide da Disney
A Disney Research, a divisão de investigação da gigante da animação, revelou em 2020 um busto que pode servir para a empresa aperfeiçoar as animações dos seus filmes, destacando-se os movimentos faciais muito próximos de um humano, desde o pestanejar, como os olhares que lança e outros tiques que acontecem durante uma conversa normal entre duas pessoas. A arquitetura permite ao robot responder com movimentos subtis, recriando movimentos complexos de interação realística. O resultado deste sistema? Uma interação entre humano e robot, numa experiência de comportamentos mais humanizados no seu olhar.
6 – ZenZoe, o robot que elimina o novo coronavírus dos espaços interiores
O ZenZoe é um robot que tem na luz ultravioleta o seu superpoder. Com ela, o aparelho consegue eliminar 99,99% dos germes e dos agentes patogénicos da COVID-19 presentes no ar. O equipamento chegou a Portugal em julho de 2020 e foi desenvolvido pelas espanholas ASTI Mobile Robotics e BOOS Technical Lighting.
7 – Moflin, a companhia “fofinha”
Apresentado na edição de 2021 da feira tecnológica CES, o Moflin é um robot controlado por inteligência artificial. O pequeno bicho peludo reage a miminhos, sendo uma espécie de Tamagotchi na vida real com um comportamento parecido ao de um animal de estimação. O Moflin pode chegar às lojas ainda durante este ano.
8 – Ajudantes robóticos Bots Care e Handy da Samsung
Apresentados na edição de 2021 da edição da feira tecnológica CES, os robots da Samsung Bots Care e Handy prometem mudar a forma como tudo funciona em casa. Ainda em fase de desenvolvimento, os ajudantes robóticos podem, por exemplo, relembrá-lo de todas as tarefas mais importantes, tratar das limpezas domésticas e que até servir-lhe uma bebida ao final do dia.
No século XX os robots surgiram como um sistema que iria terminar com a raça humana. A verdade é que isso não aconteceu, mas até a própria Sophia admitiu que vão ser responsáveis por nos tirar o emprego. Na edição de 2017 do Web Summit a humanoide chegou mesmo a referir: “não vos vamos fazer mal, mas vamos tirar-vos os empregos”. Resta aguardar para ver o impacto que os robots vão ter na sociedade no futuro.
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