2019 foi, efetivamente, o segundo ano mais quente alguma vez registado no planeta Terra, marcando um novo recorde: a década mais quente. Depois de várias análises já sugerirem isso mesmo, a confirmação surgiu esta quarta-feira pela NASA e pelo National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA, na sigla em inglês), do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, que lançaram os seus relatórios sobre as condições climáticas em 2019.
Em linha com o aumento das temperaturas globais, ambas as instituições americanas garantem que as temperaturas globais de 2019 ficam apenas atrás do recorde do ano de 2016. De acordo com o NOAA, que refere que este é o 43º ano consecutivo em que as temperaturas globais da superfície e dos oceanos se encontram em cima da média, em 2019 a temperatura média na Terra foi 0,95 graus celsius acima da média do século XX e apenas 0,04 graus celsius menos quente de que o recorde de 2016.
Já a investigação da NASA, que conduziu uma investigação semelhante, refere que 2019 foi 0,98 graus celsius mais quente do que o período entre 1951 e 1980, datas de referência de comparação da NASA. Mas o diretor do Goddard Institute for Space Studies da NASA, Gavin Schmidt, reforça também outro ponto, igualmente detetado pelo NOAA: esta década foi claramente a mais quente desde que há registo. "Desde 1960 que cada década é mais quente do que a anterior", acrescenta. A NASA explica ainda que a temperatura média global da superfície está a aumentar desde 1880 e é agora um grau celsius superior à do final do século XIX.
Outras conclusões do relatório do NOAA apontam para o segundo mês de dezembro mais quente de sempre, tendo sido superado apenas pelo ano de 2015, registando uma média de temperatura superior à do século XX por 1,05 graus celsius. E, outros dados preocupantes, revelam que regiões da Europa central, Ásia, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Alasca, México e o leste da América do Sul registaram temperaturas médias terrestres recorde em 2019.
Más notícias também para os oceanos
O NOAA garante que se bateu outro recorde, desta vez nos oceanos. A quantidade de calor armazenada nos níveis superiores do oceano foi a mais elevada desde que há registo, o que pode contribuir para a subida do nível do mar.
Por isso, não será estranha a tendência de redução da quantidade de gelo continuou em 2019 e os oceanos do Ártico e Antártico registaram a sua segunda menor média anual de cobertura de gelo marinho durante o período de registo entre 1979 e 2019.
A NASA alerta que o aumento da temperatura da superfície e dos oceanos tem aumentado a ocorrência de fenómenos adversos na Terra como as chuvas intensas, ondas de calor e os incêndios florestais. Mas também há danos para os glaciares na Gronelândia e na Antártida.
Os incêndios que estão a "apagar" uma grande quantidade da floresta da Austrália são um exemplo disso. Lá em cima, no espaço, há quem tenha visto os efeitos desta catástrofe que tem afetado animais e pessoas, e partilhado no Twitter.
Em novembro de 2019 o NOAA já anunciava más notícias, com o mês de outubro a ser o segundo mais quente alguma vez registado, com uma média de 14,9 graus celsius, e o período entre janeiro e outubro é já o segundo mais quente alguma vez registado.
Ainda em junho a NASA e o Copernicus Climate Change confirmaram que o mês de junho foi o mais quente de sempre desde que há informação. Segundo os dados revelados pela NASA, a temperatura global média subiu quase um grau celsius (mais precisamente 0,93) acima da média registada no mês de junho, que é baseada em dados registados de 1951 a 1980.
De acordo com a NASA, os cientistas do NOAA usaram muitos dos mesmos dados sobre a temperatura a que a agência espacial norte americana recorreu, mas com uma interpolação diferente relativamente aos polos da Terra e a outras regiões com poucos dados disponíveis.
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