A nível global, 47,3% das empresas de TI têm dificuldade em encontrar profissionais com competências digitais avançadas, sendo que em Portugal, 38,8% das empresas reportam essa dificuldade. Apesar do valor ser, ainda assim, bastante elevado, estes dados são aproximadamente 20% inferiores à média global.
Os dados são de um relatório do Gi Group Holding sobre as tendências de RH no setor das Tecnologias da Informação (TI) que justifica os problemas com ao facto de os candidatos serem difíceis de encontrar e com a intensa concorrência entre empresas para contratar profissionais frequentemente procurados por vários recrutadores.
As conclusões do estudo destacam também as prioridades dos trabalhadores e candidatos de TI, com 49% dos inquiridos a referirem o salário e 31,2% realçarem o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Em Portugal, outro dos aspetos bastante valorizados pelos profissionais de TI é a possibilidade de progressão na carreira, com um terço dos inquiridos a considerar este aspeto fundamental, em oposição a 25% dos profissionais a nível global.
Para atrair e reter eficazmente talentos de topo, as empresas devem considerar a adoção de modelos de trabalho flexíveis e híbridos, uma preferência observada a nível global em 50,3% dos trabalhadores de TI em comparação com 23,3% da população em geral, nota o Gi Group Holding.
Em Portugal, verifica-se uma grande adoção do trabalho híbrido (40%) e do trabalho remoto (33%), por parte destes profissionais em oposição aos dados globais, onde o trabalho presencial ainda é o segundo modelo de trabalho mais adotado.
O relatório revela que as TI são o sector mais atrativo, com uma avaliação média impressionante de 8,4/10 entre os trabalhadores. No entanto, o stress resultante da carga de trabalho e da ausência de equilíbrio entre a vida profissional e a vida privada surge como um fator-chave que influencia a satisfação profissional entre os profissionais. A resolução destes fatores será crucial para reter colaboradores valiosos por longos períodos.
O relatório revela ainda que 72,8% dos profissionais de TI procuram ativamente melhorar as suas competências a nível global: onde 39,1% utilizam a formação organizada pela entidade patronal (29% em Portugal), enquanto 33,7% (29% em Portugal) procuram cursos online por iniciativa própria. No entanto, em Portugal, em oposição ao panorama global, 40% dos profissionais relatam desenvolver as suas competências sobretudo com a ajuda de colegas (em oposição a apenas 25% a nível global).
O estudo da Gi Group Holding foi realizado em parceria com o Politecnico di Milano e a INTWIG Data Management, abrangendo mais 12 países além de Portugal: Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Itália, Polónia, Roménia, Espanha, Turquia, Reino Unido e EUA.
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