A aproximar-se a largos passos da marca dos 100 dias, a fase principal do leilão do 5G continua. Nas sete rondas do 96º dia, as licitações alcançaram os 315, 835 milhões de euros. O valor representa uma subida de 1,236 milhões de euros em relação ao dia anterior.

A totalidade do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, resulta já num encaixe que ultrapassa os 400 milhões de euros, superando largamente o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões de euros, assim como o encaixe gerado pelo leilão do 4G em 2011, que se situou nos 372 milhões de euros.

Os mais recentes dados da Anacom permitem contatar que a faixa dos 3,6 GHz, onde 9 lotes já ultrapassaram os 5 milhões de euros, continua a ser a única onde se registam mudanças. Hoje verificam-se subidas em às propostas de 17 dos 40 lotes disponíveis nesta faixa nativa do 5G.

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Face ao preço de reserva há uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar, no máximo, os 325%, superando a valorização registada nos dois primeiros lotes da faixa dos 2,6 GHz. Até agora, a faixa dos 2,1 GHz, que não se altera desde o 7º dia de licitações, é a que mais aumentou de preço até agora, valorizando mais de 400%.

Recorde-se que, com a fase principal a prolongar-se mais do que seria esperado, o lançamento de serviços comerciais de 5G ainda no primeiro trimestre de 2021, um dos objetivos do calendário proposto pela Anacom, ficou por cumprir e Portugal continua a ser um dos três países da União Europeia que não o fez.

Para evitar o prolongamento excessivo do processo, a Anacom apresentou em abril uma proposta de alteração das regras: uma decisão que não foi bem recebida pelas operadoras. Fora do "braço de ferro" com a entidade reguladora, operadoras como a MEONOS e Vodafone afirmam já têm campanhas na rua e projetos relacionados com redes móveis de quinta geração, incluindo de cobertura de recintos culturais e desportivos.