Num processo que se prolonga desde 14 de janeiro, a fase principal do leilão do 5G continua, avançando para o seu 114º dia. As licitações alcançaram hoje os 326,096 milhões de euros, depois das habituais sete rondas.

O valor atingindo representa uma subida de 370 mil euros em relação ao dia anterior, seguindo a tendência de crescimento a “conta-gotas” verificada nos últimos dias. Recorde-se que no 102º dia os valores oferecidos pelos operadores para os lotes a concurso somaram o valor mais fraco alguma vez registado ao longo do processo: 357 mil euros.

Através dos mais recentes dados disponibilizados pela Anacom verificam-se apenas mudanças relativamente à faixa dos 3,6 GHz. Hoje há subidas em relação a 4 dos 40 lotes disponíveis. Nesta faixa nativa do 5G, os lotes da categoria J valorizaram mais de 300% em relação ao preço de reserva, destacando-se, o caso do lote J09, que registou uma subida de 342%.

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Apesar da longa duração do leilão, que bate recordes tanto em Portugal como na Europa, o encaixe potencial não cresceu proporcionalmente. A soma de ambas as fases do leilão resulta agora num encaixe potencial de 410,447 milhões de euros.

O "braço de ferro" entre Anacom e operadores mantém-se e depois da Altice Portugal, a NOS e a Vodafone reagirem negativamente à recente alteração do regulamento, que prevê a possibilidade de se realizarem 12 rondas diárias de licitações, João Cadete de Matos, presidente da entidade reguladora, garantiu que no dia em que o leilão do 5G terminar "vai ser público tudo aquilo que aconteceu ao longo" do processo e quem utilizou as regras para o prolongar.

Já André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, deu a conhecer recentemente que espera que seja "uma questão de semanas" até que o processo do leilão 5G esteja encerrado. Numa recente entrevista à Lusa, o secretário de Estado admitiu que "naturalmente (...) há uma correlação direta entre a disponibilização do 5G e o acelerar" da agenda digital portuguesa, porém, a mesma "não se cinge ao tema do 5G".