O sector das telecomunicações, energia e água lideram as queixas dos utilizadores entre 2010-2019. Só em 2019 foram registados 343.310 contactos dos consumidores.
As telecomunicações e a internet encaixam no sector onde os portugueses identificam mais falhas de concorrência, revelam os dados de um estudo europeu divulgado hoje. Ao mesmo nível está a energia, onde a perceção de falta de concorrência é igual.
Os números da Anacom mostram uma quebra de reclamações apresentadas nas telecomunicações, que diminuíram 4,5% no total de 2018, mas uma subida significativa nas queixas sobre o sector postal.
Os serviços prestados pelas operadoras MEO, NOS, Vodafone e Nowo continuam a gerar um grande número de reclamações por parte dos consumidores. E as compras online vêm (novamente) logo atrás.
Há várias operadoras de aluguer de carros online visadas nas queixas dos utilizadores, que têm vindo a crescer e que já chegam perto do milhar só no primeiro semestre. Os consumidores estão desprotegidos.
A plataforma de mobilidade teve mais do dobro das reclamações nos primeiros cinco meses de 2018 em comparação com o ano anterior. As cobranças indevidas e tarifas abusivas estão no topo das insatisfações dos utilizadores.
A Autoridade Nacional de Comunicações exige que operadoras respondam às queixas dos clientes com uma “linguagem clara e acessível” e que prestem “informação completa”. As regras entram em vigor a partir de 1 de julho.
A DECO Proteste está a convidar os portugueses a exporem as suas preocupações e a apresentarem as suas causas num novo site. O objetivo é perceber quais os temas e problemas do país para a associação poder intervir.
Há mais de uma década que o sector das telecomunicações "complica a vida dos portugueses", diz a DECO. O aumento ilegal dos preços e a oferta de serviços não requeridos são as queixas mais recorrentes.
Uma vez que não se trata de uma operação sujeita a tributação a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) recomendou ao Governo que retire a exigência do número de contribuinte.
O livro de reclamações eletrónico entra em vigor este sábado e, numa primeira fase, serve apenas para fazer queixas sobre serviços públicos essenciais, como água ou luz. As compras online e a Uber continuam de fora.