A 16 de julho de 1969, a missão Apollo 11 partia do Cabo Kennedy para a primeira viagem do Homem à Lua, depois de mais de oito anos de preparativos marcados pelo fervor da corrida espacial contra a antiga União Soviética que já tinha conseguido colocar o cosmonauta Yuri Gagarin a orbitar a Terra em 1961.
A estratégia norte-americana para a exploração espacial estava em curso desde abril de 1959, quando foi apresentado o projeto Mercury, de voo tripulado, e ainda antes das missões Apollo, iniciadas em 1967, o programa Gemini contribuiu para apurar e testar diferentes aspectos a que seria necessário dar resposta numa viagem do género.
O programa Apollo não começou da melhor forma: a primeira de todas as missões, a Apollo 1, resultou numa tragédia, com a morte dos três tripulantes. Foi apenas em 1969 que se dava início a uma história com um final mais feliz.
À boleia do Saturn V, o maior e mais poderoso foguetão até à altura, seguiu a espaçonave Columbia com Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins.
Duas horas e 44 minutos depois do lançamento, o estágio S-IVB do Saturn V reacendeu para uma segunda queima de perto de seis minutos, colocando a Apollo 11 numa órbita translunar. O módulo de comando e serviço Columbia separou-se e, após algumas manobras, encaixou com o módulo lunar Eagle, destinado a pousar no satélite natural da Terra - e depois a regressar à “nave mãe”.
Decorriam quatro horas e 40 minutos de voo quando o estágio S-IVB se injetou na órbita heliocêntrica. Quatro dias mais tarde, a 20 de julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin entraram novamente no módulo lunar, fizeram as verificações finais, e, às 100 horas e 12 minutos de voo, o Eagle separou-se da Columbia.
Após duas horas e 45 minutos, a Eagle alunou no Mar da Tranquilidade, depois de se ter distanciado da zona inicialmente prevista.
O comandante da missão foi o primeiro homem a pisar “outro mundo”, e a descrever a sensação com as palavras "um pequeno passo para um homem, um gigantesco salto para a humanidade", um momento a que cerca de 650 milhões de pessoas de todo o mundo já terão assistido.
Passadas 21 horas e 36 minutos da alunagem, Neil Armstrong e Buzz Aldrin voltaram para junto de Michael Collins que permaneceu na nave-mãe, em órbita. A tripulação regressou à Terra a 24 de julho e o sucesso da missão deixou ainda mais acesa a chama da exploração lunar durante os anos que se seguiram.
51 anos depois a chama mantém-se acesa com uma nova corrida à Lua
Depois da Apollo 11, a Lua foi visitada por mais seis missões, com a última, a Apollo 17, a partir a 7 de dezembro de 1972. O interesse científico acabou por perder fôlego nos anos seguintes, até surgiu uma nova corrida ao Espaço, desta vez marcada pela entrada em cena de empresas privadas como a SpaceX e de ideias de investimento que passam, por exemplo, pelo turismo espacial e pela exploração de Marte.
Com um novo ímpeto, e com a administração Trump a marcar na sua agenda o regresso à Lua, como ponto de partida para a corrida a Marte, a NASA avançou com o programa Ártemis . Com uma data de envio prevista para 2024, a missão que quer pôr a primeira mulher na Lua será mais do que uma simples visita e a Agência Espacial norte-americana pretende mesmo uma estadia prolongada.
Entre 2020 a 2024, serão lançadas ao espaço três naves Ártemis, acompanhadas por cápsulas Orion. A NASA está a planear lançar a primeira missão não tripulada já em 2020.
Em 2022 está previsto o lançamento de uma segunda cápsula Orion, desta vez tripulada, na nave Ártemis 2, destacando-se por ter na equipa a primeira mulher que pisará o solo lunar. Por fim, em 2024, a NASA prevê que os astronautas cheguem ao satélite natural da Terra e por lá consigam ficar pelo menos durante um ano.
No início de 2020, a NASA revelou que estava a treinar um rover lunar para encontrar depósitos de água gelada no pólo sul da Lua. O anúncio surgiu depois de ter dado a conhecer que o primeiro foguetão SLS (Space Launch System) do programa Ártemis já estava construído e pronto para uma “maratona” de testes.
O VIPER ou Volatiles Investigating Polar Exploration Rover chegará à Lua em dezembro de 2022, mas até lá, o veículo está ainda a aprender a dar os “primeiros passos” no Simulated Lunar Operations Laboratory da NASA, em Ohio, Estados Unidos. Os testes têm como objetivo fazer uma avaliação do mecanismo de tração do veículo e das suas rodas, para perceber se este terá “poder” suficiente para se aventurar pelo terreno lunar irregular.
Recentemente, a Agência deu a conhecer que escolheu a empresa Astrobotic, de Pittsburgh, ao qual foi disponibilizado 199,5 milhões de dólares, para a construção do VIPER. A NASA estima uma missão de 100 dias terrestres e o VIPER, com um peso de cerca de 450 quilos, vai percorrer diversas milhas e usar os seus quatro instrumentos científicos para obter amostras de diferentes de solos, incluindo a procura de água.
Três dos instrumentos serão enviados antes, em cargas previstas para 2021 e 2022, para testar a sua performance antes da chegada do rover. O VIPER vai então recolher diversos dados, incluindo a localização e concentração de gelo, que depois serão usados para criar os primeiros mapas de recursos da Lua. Será ainda essencial para procurar os melhores locais de alunagem para futuras missões dos astronautas.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
The Game Awards: Astro Bot conquistou quatro prémios incluindo Jogo do Ano -
Site do dia
Como devem funcionar os modelos de IA de propósito geral? Regras estão a ser alinhadas -
App do dia
Everyone Draw: a app grátis que transforma pixéis em obras de arte coletivas -
How to TEK
Mantenha as apps e jogos Android atualizados para evitar vulnerabilidades
Comentários