Numa indústria automóvel em constante transformação, as principais marcas continuam a trabalhar em soluções cada vez mais sustentáveis e amigas do ambiente. E ao mesmo tempo procuram definir os conceitos de condução autónoma, por terra e pelo ar.
Depois de anos de trabalho em secretismo, a startup Cruise, detida maioritariamente pela General Motors (um sonho antigo), revela o seu modelo inaugural: um veículo construído para ser totalmente autónomo, e para que não houvesse dúvidas, sem volante, retrovisores e pedais. Ao tirar estes componentes, a cabine de passageiros ganha em espaço e conforto. Para além da GM, a Honda e a japonesa SoftBank Vision Fund investiram no projeto.
Ainda não se sabe quando o carro vai para produção, mas o certo é que este não será comercializado para utilização individual. Será um veículo de partilha, mais uma proposta de mobilidade urbana com o objetivo de reduzir emissões, diminuir acidentes e congestionamentos do trânsito. E no website oficial a ideia é reforçada com a frase “Como o Origin conduz-se a si mesmo, estará disponível de dia ou de noite, quando precisares dele”. Tudo o que os utilizadores necessitam é chamá-lo, através de uma app do smartphone.
O conceito não é novo e a Bosch apresentou durante a CES de 2016 a sua visão para condução Autónoma. Os passageiros viajam sem qualquer preocupação, entretendo-se com atividades ou navegação na internet durante o percurso. O modelo conceptual da fabricante era composto por diversos ecrãs para os utilizadores explorarem as suas funcionalidades. Na visão da Bosch, a sua tecnologia estaria pronta para ser integrada em 2020.
E nesse sentido é com naturalidade que os grandes projetos comecem a sair das “garagens” para se mostrarem ao público, já que mais do que revelar tecnologia e funcionalidades, as fabricantes vão ter de convencer as pessoas a confiar num futuro (presente?) que estão habituadas a ver nos filmes de ficção científica.
O Cruise Origin tem agora pela frente o desafio de ser aprovado para circular pelas estradas, enfrentando testes extensivos, como aliás, todas as fabricantes que estão a investir no sector. “O nosso trabalho está longe de concluído, referiu Dan Ammann, chefe executivo da marca, durante a sua apresentação em São Francisco, citado pela BBC. Um dos grandes desafios que as empresas têm encontrado é “ensinar” os carros na identificação dos objetos em movimento.
Há um longo caminho a percorrer, não só para a Cruise, como também os outros concorrentes, como a Waymo que já percorre as estradas da Califórnia, tendo feito milhares de quilómetros nos seus testes-piloto, transportando mais de 6 mil passageiros, à data de setembro do ano passado. E a Lyft, que até janeiro de 2019 já contabilizava 30 mil viagens de teste. De reconhecer, no entanto, que o Cruise Origin poderá ter um desafio adicional ao ter "arriscado" tirar o volante: é que nos seus concorrentes, apesar de autónomos, é exigido que esteja um motorista de segurança presente, para conduzir em caso de emergência…
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