O mundo mudou muito desde o dia em que tudo começou, nos Estados Unidos dos anos 60, com a primeira ligação ARPANET, e desde que Tim Berners-Lee, então investigador no CERN, desenvolveu o sistema de base para armazenar e reconhecer associações de informação semântica, tornando-se assim o pai da World Wide Web.
A Internet encurtou distâncias e facilitou globalmente o acesso à informação, crescendo de dia para dia o número de pessoas que nela navegam. Interatividade, relações pessoais, saúde, transportes, compras e outras necessidades do dia-a-dia foram conquistando um espaço cada vez maior na rede e por isso hoje assinala-se a nível global o Dia da Internet.
De uma realidade em que pouco mais do que militares, organizações governamentais e centros de investigação tinham acesso à rede, avançámos para um mundo animado por muitos milhares de milhões de dispositivos interligados.
Focando a análise apenas no número de pessoas ligadas à internet, os números são menos expressivos, mas ainda assim impressionantes: em 2000 existiam 400 milhões de utilizadores ligados. No final de 2015 o número disparou para 3,2 mil milhões e agora mais de metade da população mundial já está online, ultrapassando os 4 mil milhões de utilizadores.
Em Portugal, no final de 2017 e segundo dados da Marktest, eram 5,9 milhões os utilizadores de internet, um número representante de uma taxa de penetração de 68,8% dos portugueses com 15 e mais anos, residentes no continente e que é 11 vezes maior do que a taxa de penetração de 6,3% observada em 1997.
Grande parte do crescimento dos utilizadores de internet tem sido impulsionado por smartphones e planos de dados móveis mais acessíveis, tornando cada vez mais fácil que as pessoas desfrutem de uma experiência na Internet em qualquer lugar. Em muitos países, pela falta de infraestrutura física de cabos de telecomunicações, esta é a única forma de acesso.
Mas, a popularização que deu início à revolução digital que transformou completamente a sociedade ainda não é uma realidade nos quatro cantos do mundo, embora a ONU tenha afirmado num relatório, em 2016, que o acesso à internet é um direito humano, exortando os governos a outorgarem esse direito às populações.
Ainda assim, a chamada exclusão digital (ou digital divide) não está apenas relacionada com quem não tem acesso a uma rede de computadores, mas também a quem pode usufruir desta tecnologia, mas não tem o mínimo conhecimento de como o fazer.
No nosso país, apesar da divisão digital ter diminuído de 26% para 19% em dois anos, dos portugueses que ainda não utilizam a grande rede, mais de metade tem mais de 64 anos. A principal razão apontada para esta não utilização é o facto de não saberem usar a internet, referira por 43% dos inquiridos.
Mesmo entre aqueles que tratam a internet por “tu”, ainda são muitos os que desconhecem os riscos de ter uma presença online, não sabendo gerir da melhor forma a sua relação com as tecnologias.
Questões como a privacidade e o uso de dados por parte de grandes tecnológicas só mais recentemente começaram a fazer parte das preocupações dos utilizadores, muito à boleia do escândalo do Facebook e pela implementação do Regulamento Geral de Proteção de Dados, aplicado a partir de 25 de maio de 2018.
Também são vários os estudos que indicam que o uso excessivo e desregrado da Internet pode acentuar o desenvolvimento de perturbações patológicas, como depressão, ansiedade ou hostilidade, principalmente entre os jovens.
Apesar do alarmismo que tem rondado o mundo digital nos últimos tempos, com a segurança ameaçada através de esquemas de phishing, ransomware, ciberespionagem e ciberataques, bullying online ou com a manipulação das criptomoedas, todos os dias temos exemplos dos benefícios da integração da internet das coisas (IoT) na vida quotidiana dos utilizadores.
No Dia Mundial da Internet, o SAPO TEK deixa-lhe alguns exemplos do lado menos “negro” da Internet. Siga por alguns dos artigos que publicámos nos últimos anos e que destacam serviços e conquistas que nunca seriam possíveis sem a Internet.
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