A falência da FTX foi um dos casos que marcou o mundo das criptomoedas em 2022, com uma “onda de choque” que se fez ouvir um pouco por todo o mundo e com milhares de investidores que não conseguiram recuperar os seus fundos.

Em Portugal, depois da Offchain Lisboa dar início à procura de investidores que tenham sido afetados, com intenções de avançar com uma ação coletiva contra a corretora, mais de 100 lesados tentam agora recuperar o dinheiro perdido, escreve o Público.

De acordo com o jornal, o grupo, composto por investidores individuais e empresas, respondeu ao apelo lançado pela comunidade dedicada a entusiastas da tecnologia de Blockchain e do mundo das criptomoedas, e será representados pelo escritório de advogados Antas da Cunha.

Para tentar recuperar os seus fundos, o grupo poderá fazer uma reclamação junto do tribunal norte-americano a cargo do processo de insolvência da FTX, em Delaware, Estados Unidos.

Neste caso, o prazo limite para apresentar reclamações acaba no dia 29 de setembro. O grupo de investidores individuais e empresas lesadas poderá também tentar recuperar os seus fundos através de um website criado pela FTX.

Recorde-se que, antes da falência, declarada em novembro de 2022, a FTX era considerada como uma das maiores corretoras de criptomoedas, tendo sido avaliada em 32 mil milhões de dólares.

Sam Bankman-Fried, cofundador e ex-CEO da empresa, acabou por ser detido nas Bahamas, por suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro um dia antes de uma audiência com o Congresso dos Estados Unidos para explicar o colapso da plataforma.

FTX já terá recuperado cerca de 5 mil milhões de dólares em ativos líquidos
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O antigo responsável admitiu erros de gestão e defendeu que o colapso teria sido precipitado, em grande parte, pela retirada massiva e simultânea de ativos da FTX. Mais tarde, dois dos seus sócios declararam-se culpados de fraude bancária, entre outros crimes.

Já em janeiro deste ano, a FTX deu a conhecer que teria recuperado mais de 5 mil milhões de dólares em ativos líquidos, embora ainda não se soubesse a extensão das perdas totais dos clientes.

Na altura, a nova administração da FTX identificou 9 milhões de clientes que tinham investido na plataforma. Nesse conjunto existiam pelo menos 60 lesados em Portugal que estavam à procura de investidores de outros países, igualmente afetados pela falência da empresa, para formar um grupo para avançar com uma ação coletiva.

Atualmente, Sam Bankman-Fried, que se declarou inocente, aguarda julgamento. A data de início do julgamento provisório do empresário está marcada para o dia 2 de outubro.