No dia 24 de fevereiro de 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início a uma guerra que perdura quase três anos depois, ou contas feitas, há exatamente 1.000 dias. A guerra tem sido marcada pela capacidade de resiliência dos ucranianos, ajudados pelos aliados na resistência ao exército russo.

O mais recente capítulo da guerra aconteceu há poucos dias, quando os Estados Unidos autorizaram a utilização de mísseis pela Ucrânia para atacar alvos nas regiões fronteiriças do lado russo. Mas a administração de Joe Biden não autorizou a utilização de mísseis de longo alcance e sistemas ATACMS. A autorização dos Estados Unidos, a dois meses de passar a presidência a Donald Trump tem sido polémica e o Kremlin já reagiu, acusando o país de estar a atiçar a fogueira com gasolina, avança a Lusa.

Bem antes do início do confronto bélico, a guerra já tinha começado no ciberespaço, com ataques às redes informáticas ucranianas, levando a uma resposta rápida da União Europeia e até o grupo de hackers Anonymous declarou guerra informática à Rússia. Numa espécie de “vale tudo”, os ucranianos chegaram a recorrer às avaliações de restaurantes para denunciar as ações ofensivas da Rússia.

Quando a guerra entrou no terreno, ao longo destes quase três anos foi possível testemunhar, sempre pelos olhos atentos dos satélites, a expansão do conflito. A destruição e até algumas atrocidades à humanidade, sobretudo quando o exército privado Wagner operava sob comando russo, ficaram registados em imagens a partir do espaço, que o SAPO TEK foi reunindo ao longo do tempo.

Veja na galeria as imagens de satélite da guerra na Ucrânia captadas por satélite:

As primeiras imagens de satélite mostraram a passagem dos veículos blindados do exército russo a circular, destruindo pontes e hangares, assim como deixando casas a arder. A força massiva da Rússia nos primeiros meses do conflito, onde a Ucrânia ainda tentava posicionar-se para defender, fez demolir apartamentos e armazéns, em cidades em redor da capital Kiev. O aeroporto Antonov também sofreu com a guerra, transformando-se num autêntico cemitério de aviões.

A destruição prolongou-se pelas áreas residenciais, estádios de futebol, aeroportos e hospitais. Foram registados diversos locais públicos em ruínas, como o Teatro Dramático de Mariupol e casas em redor, mesmo quando os populares assinalaram a zona com a indicação da presença de crianças.

Algumas semanas após o início do conflito descobriu-se uma vala comum na cidade de Bucha, a 37 quilómetros de Kiev, onde estariam pelo menos 150 vítimas dos bombardeamentos. Outro episódio registado foram as áreas da região de Mariupol destruídas, incluindo as zonas circundantes à siderurgia de aço Azovstal, que abrigou grupos de resistentes ao domínio russo. Registou-se na altura que Putin não quis destruir a fábrica, mas sim selar todos os acessos da mesma.

Em outubro de 2022, de forma a impedir que os ucranianos avançassem no terreno, o grupo de mercenários pró-russa Wagner Group, construiu uma impressionante linha de fortificação defensiva. Conhecida como “linha de Wagner”, a barreira criada tinha quase dois quilómetros de pirâmides de cimento, dispostas em quatro linhas.

A guerra tem ficado marcada pela utilização de drones explosivos, sobretudo construídos pelo Irão. De um lado, os russos causaram destruição na Ucrânia através dos veículos não tripulados, mas os ucranianos também construíram uma linha de defesa e ataque com drones.

Foram muitos os episódios registados por satélite ao longo destes 1.000 dias. O SAPO TEK registou os 100 dias da guerra, um conflito em duas mãos, tanto no terreno, como no espaço digital. E assinalou o primeiro ano da guerra e o segundo ano. Conseguirá a guerra acabar antes de completar o terceiro ano? Parece improvável devido aos mais recentes desenvolvimentos. Veja na galeria estes 1.000 dias de guerra em imagens de satélite.