O 5G promete mudar o paradigma da tecnologia no futuro, seja a condução autónoma, a inteligência artificial, as casas e cidades inteligentes, os dispositivos IoT, e muitas áreas tocadas pela tecnologia. Obviamente que a velocidade da internet será o “combustível” para tudo funcionar, e neste caso pode chegar aos 20 Gbps, garantindo maior cobertura, até 500 quilómetros, e uma latência próxima de 1 ms. Já para não falar da possibilidade de ter cerca de um milhão de smartphones ligados por quilómetro quadrado.
Em Portugal já se testa 5G próximo de 1,5 Gbps e as operadoras estão na linha da frente para tirarem partido da tecnologia, podendo ser Aveiro a primeira cidade a garantir cobertura.
No que diz respeito a smartphones, que fabricantes e dispositivos já prometeram adiantar-se à próxima geração? Diversas empresas já manifestaram interesse no 5G e diferentes modelos preparados para advento poderão ser lançados já no próximo ano. Resta saber quem vai receber o título de “o primeiro smartphone 5G no mercado”.
A Huawei tem sido uma das fabricantes a manifestar interesse não só a estar entre os primeiros, como a ajudar nos alicerces da tecnologia 5G. Em Itália, por exemplo, a cidade de Bari, graças à sua tecnologia, foi a primeira a receber uma base 5G, baseada no standard para uso comercial, prometendo cobertura na cidade até ao final do ano. Este é um dos exemplos do compromisso da fabricante chinesa com a tecnologia, referindo que desde 2009 já investiu 600 milhões de dólares no 5G.
Como propostas de smartphones, a fabricante ainda não mostrou as suas cartas todas, esperando-se inicialmente que a próxima geração do Mate, previsto para o primeiro semestre de 2019 seja o porta-estandarte da empresa, isto se a explosão dos smartphones dobráveis não chegar primeiro. Foi Richard Yu, o CEO da Huawei que revelou durante o evento de lançamento do Mate 20 Pro, que estaria a trabalhar em telefones 5G dobráveis que pode ser uma das estrelas do Mobile World Congress do próximo ano. A Honor, subsidiária da Huawei, também poderá lançar uma versão modificada do Magic 2 preparado para a nova geração mobile.
A Samsung é um potencial candidato também a marcar posição na quinta geração, sobretudo pela sua liderança no fabrico de semicondutores, tendo já anunciado o fabrico dos chips de 7 nanómetros, que serão a base dos equipamentos 5G. Os circuitos vão ocupar menos 40% de superfície e consumir menos que os atuais de 10nm.
No que diz respeito a equipamentos, a família Galaxy S10 terá no seu modelo de topo, o representante para a entrada da fabricante sul-coreana no 5G. Ainda que sejam rumores, estes quase sempre batem certo com os anúncios oficiais da fabricante. Mais uma vez, os equipamentos podem surgir durante o próximo MWC.
É sabido que a LG gosta de um bom desafio tecnológico, e o título de ser a “primeira a lançar um 5G” poderá acontecer pelo menos nos Estados Unidos graças a uma parceria com a Sprint, segundo a Android Authority, e será suportado pelo novo chip da Qualcomm e modem X50. Não existe ainda nenhum smartphone anunciado, mas os especialistas apontam para um modelo LG G7 adaptado, ou a introdução de um eventual G8.
O negócio mobile da Sony já viu melhores dias, mas a gigante nipónica ainda não mandou a toalha ao chão e está no grupo das fabricantes que vai utilizar o novo chip da Qualcomm. Obviamente que para além dos dispositivos móveis, a empresa necessita de entrar no barco do 5G para alimentar o streaming do seu catálogo de filmes e videojogos na PlayStation 4, até porque os utilizadores continuam à espera do serviço PlayStation Now a funcionar a 100%. Quanto a equipamentos, nada de concreto, mas há muito que se fala de um eventual PlayStation Phone, que bem poderia ser um “rebrand” da sua linha Xperia, dadas as funcionalidades que tem vindo a “pedir emprestado” à sua consola doméstica.
A Lenovo, segundo o seu CEO Chang Cheng também vai ser “a primeira do mundo” a lançar um smartphone 5G, estreando o novo chip Snapdragon 855, que está em produção desde junho. A revelação de um modelo? Para já fica a intenção e a promessa de que na próxima MWC deverá haver grandes novidades. A fabricante também está a preparar um dos modelos da sua subsidiária Motorola para o 5G: o Moto Z3, lançado no verão. Trata-se de um equipamento modelar compatível com o módulo 5G previsto para o próximo ano. O smartphone poderá, no entanto, estar desatualizado na altura, abrindo caminho para o eventual Moto Z4, que está em produção com o nome de código Odin. Este novo flagship da fabricante deverá ter o novo processador Snapdragon 855.
A Nokia, ou melhor, a HDM Global também consta na lista de empresas a arrancar em 2019 o fabrico de dispositivos 5G com o novo chip da Qualcomm e o modem X50. Já a Nokia mantém uma posição muito importante nas infraestruturas de quinta geração, tendo obtido recentemente um financiamento de 500 milhões de euros junto do Banco de Investimento Europeu.
A Xiaomi lançou em outubro o Mi Mix 3, prometendo uma versão com suporte a 5G no início de 2019, juntando-se, claro, ao “fado” do primeiro dispositivo de quinta geração no mercado. Como curiosidade, é o único modelo concreto anunciado com 5G. E a guerra no território chinês está acesa, com outras fabricantes rivais a prometerem ter uma palavra a dizer. A OnePlus também tem parceria com a Qualcomm e pretende anunciar os seus planos para o 5G no início do ano. Poderá ser uma versão alterada do OnePlus 7, ou outro produto novo a ser revelado.
Já a Oppo prepara-se para um 2019 risonho em termos tecnológicos. Será também a “primeira a lançar um smartphone 5G”, alegando mesmo ter sido a primeira fabricante a ligar-se a uma rede 5G através de um smartphone, utilizando uma versão modificada do Oppo R15, como demonstra esta fotografia. E ainda pretende meter umas quantas cerejas no topo, tais como 10 GB de RAM e 250 GB de armazenamento interno do Oppo Find X e entrar na corrida dos smartphones dobráveis.
A Vivo também já se encontra a testar 5G com versões modificadas dos seus equipamentos, neste caso o Vivo Nex, equipado com um modem X50 da Qualcomm. A diferença concreta nos seus planos é que “não será a primeira fabricante” a lançar um 5G…
A HTC também está no grupo restrito de fabricantes a usufruir o novo chip da Qualcomm e a testar o modem X50. A empresa não anunciou um equipamento em concreto, mas necessita de uma solução viável, pois continua a perder o fôlego num mercado onde já deu cartas. A estratégia da fabricante poderá, no entanto, manter-se ligada à realidade virtual e beneficiar do 5G em futuros equipamentos Vive.
A ZTE poderá ficar para trás no comboio do 5G, tendo em conta a proibição dos Estados Unidos do grupo chinês comprar componentes norte-americanos durante os próximos sete anos. E neste caso, inviabilizar o acesso à tecnologia da Qualcomm. No entanto, a tecnológica chinesa poderá estar a construir a sua própria solução 5G, previsto para o final de 2019, segundo a Android Authority.
Embora o lançamento de smartphones a acompanhar as tendências tecnológicas não seja propriamente a estratégia da Google, um eventual Pixel 4 com suporte 5G só ficaria bem à gigante de Mountain View. Mesmo que não tenha um equipamento, a empresa vai certamente querer demonstrar os seus serviços e tecnologias assentes em inteligência artificial, machine learning e cloud computing, e o 5G será chave no processo.
Por fim, ainda existem outras fabricantes que podem ver o 5G como uma oportunidade imperdível para o gaming. Neste campo podem entrar no mercado novas entradas do Razer Phone e do Asus ROG Phone, que poderiam beneficiar das rápidas ligações do 5G para oferecer jogos on demand via streaming. O que na prática poderia beneficiar qualquer fabricante, já que o processamento dos jogos é feito na cloud…
Certamente que vai ser possível saber mais novidades sobre smartphones e dispositivos 5G na próxima edição do CES, que decorre já durante os dias 8 e 12 de janeiro em Las Vegas, e depois no World Mobile Congress e Barcelona entre 25-28 de fevereiro. Só nessa altura, provavelmente iremos ficar a saber quem é a “primeira fabricante do mundo” a lançar um smartphone 5G.
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