Provavelmente já não se lembra do início de 2018 mas foi “espacialmente” fulgurante… tal como este 2019 acabado de começar promete ser, que com poucos dias já teve direito a imagens de Ultima Thule, o objeto espacial mais distante do Sistema Solar que a humanidade já conseguiu alcançar, e do lado oculto da Lua, in loco.

Mas de regresso ao ano passado, o “combinado” Super Lua, Lua Azul e eclipse diz-lhe alguma coisa? É que o trio de fenómenos lunares marcou o último dia do primeiro mês de 2018. Se não viu, fique a saber que algo do género só daqui a um século e meio.

Se um pôr-do-sol visto na Terra é maravilhoso, imagine no Espaço
Se um pôr-do-sol visto na Terra é maravilhoso, imagine no Espaço
Ver artigo

Logo a seguir veio fevereiro e com ele o primeiro voo de um Falcon Heavy, um dos foguetões mais poderosos de sempre a chegar ao espaço. Nesta viagem de teste, a carga era simbólica.

A bordo do Falcon Heavy da SpaceX seguiu um velho modelo desportivo da Tesla, com Starman ao volante, Space Oddity, de David Bowie, como banda sonora e Marte no horizonte.

O planeta vermelho continuou como “fetiche espacial” de destaque em diversas ocasiões: ficámos a saber que há moléculas que podem provar a existência de vida, que pode existir um vasto lago de água salgada escondido sob uma camada de gelo no Polo Sul ou que o planeta vermelho pode ter oxigénio suficiente para suportar vida, mas ainda é impróprio para humanos. Tudo isto graças às missões que “acompanham” Marte. Curiosity, Opportunity e mais recentemente InSight são alguns dos “recursos”.

“Lenda” da exploração espacial está prestes a abandonar o sistema solar
“Lenda” da exploração espacial está prestes a abandonar o sistema solar
Ver artigo

Também ficámos a conhecer a Mars Base Alpha, a primeira base humana em Marte idealizada pela SpaceX e a saber que a primeira criança extraterrestre pode nascer em 2024.

O planeta vermelho fechou 2018 com chave de ouro, quando a ESA decidiu dar a conhecer a cratera Korolev, um repositório de água gelada que persiste o ano inteiro no planeta vermelho e que mais parece uma pista de gelo.

A foto construída a partir de cinco "tiras" de imagens distintas, cada uma delas registada numa órbita diferente pela câmara de alta resolução, conhecida pela sigla HRSC, da Mars Express, correu e maravilhou o mundo.

Cratera Korolev
Cratera Korolev

E no ano acabado de passar, marcaram-se regressos à Lua, pela importância que o satélite natural ainda pode ter na viagem até ao planeta vermelho, mas não só. O Sol também conseguiu alguma da luz dos holofotes para si, não pelas tempestades de outras alturas, mas porque uma sonda da NASA conseguiu e maior aproximação ao astro-rei de sempre até agora.

De entre tudo o que aconteceu relacionado com as “esferas mais além”, os aniversários redondos marcaram o 2018 acabado de passar. O maior de todos, os 60 anos da NASA, assinalados a 1 de outubro. Em seis décadas o papel da agência espacial norte-americana para alargar o nosso conhecimento da Terra, do sistema solar e do resto do universo é inegável.

Outro aniversário “de peso” foi o da ISS, que comemorou duas décadas. A data foi assinalada oficialmente pela NASA e pela ESA com um vídeo time lapse mais longo de sempre, feito do Espaço. Por nossa iniciativa, aqui no TEK decidimos reunir algumas curiosidades sobre a estação espacial internacional – e umas poucas imagens…

Na lista de “grandes aniversariantes”, não nos esquecemos dos 20 anos do programa europeu de satélites de observação da Terra Copernicus e dos 25 anos de lançamento do PoSAT-1, o primeiro satélite português.

O turismo espacial também ficou mais perto de acontecer: a SpaceX elegeu o primeiro turista para levar à Lua, a Virgin Galactic concluiu com sucesso os testes da sua nave espacial SpaceShipTwo, a Blue Origin anunciou que vai vender viagens ao espaço por 200 mil dólares e houve até quem aceitasse reservas para as férias de 2022, no hotel de luxo Aurora Station. A estadia custava a "modesta" tarifa de 9,5 milhões de dólares por 12 dias.

Contudo o ano não passou sem alguns "sustos", nomeadamente um buraco na ISS e a possibilidade de a estação espacial ficar sem "hóspedes" pela primeira vez na sua existência, depois de uma falha no acelerador do foguetão que devia levar dois astronautas obrigar a uma aterragem de emergência. Mas tudo acabou por terminar bem, com a chegada de uma nova tripulação, desta vez numa viagem sem incidentes.