Num depoimento ao Congresso dos Estados Unidos, Mark Zuckerberg voltou a assumir pessoalmente o erro que permitiu que empresas externas tivessem a dados de milhões de utilizadores da rede social.
O Facebook admitiu ao executivo comunitário que, dos 87 milhões de utilizadores afetados pelo escândalo da empresa britânica, cerca de 2.7 milhões residem na União Europeia. Em Portugal, foram atingidos mais de 63 mil perfis.
Já se sabe que os utilizadores podem apagar as mensagens que enviam através do Messenger do Facebook, mas que não têm qualquer controlo sobre a caixa de correio de quem as recebe. A não ser que seja o CEO da rede social.
Para além de limitar a frequência com que outras aplicações podem usar a sua API para colher dados dos seus utilizadores, o Instagram também cortou o acesso a alguns programadores.
A rede social assumiu que foram utilizados dados de mais do que os 50 milhões de utilizadores divulgados inicialmente, e que a maioria dos dois mil milhões de perfis do Facebook podem estar em risco. Reparar a situação? Vai levar anos.
À medida que as grandes empresas e serviços da sociedade de informação se preparam para a nova lei europeia de privacidade de dados, o Facebook diz que não aplicará essas regulamentações globalmente. Pelo menos por enquanto.
"Não queremos estas contas no Facebook, na Rússia, nos EUA, ou em qualquer outra parte do mundo", disse Mark Zuckerberg num post publicado na sua página.
No dia das mentiras vale tudo ou quase tudo. E, como já vem sendo costume, as tecnológicas decidiram festejar a efeméride com algumas brincadeiras. Umas mais óbvias que outras, mas a da Tesla teve efeitos práticos.
O caso da Cambridge Analytica veio agravar uma intenção que já não era de agora. Mark Zuckerberg fica de fora da presidência da rede social por si criada “por tempo indeterminado”.
A rede social lançou novas diretrizes para tornar as suas configurações de privacidade mais fáceis de identificar. A iniciativa surge à margem do escândalo Cambridge Analytica.
Se isso acontece é porque os utilizadores o permitiram. Mas há sempre hipótese de reverter o processo, acedendo às definições do Messenger e do Facebook Lite para mudar as permissões.
O CEO da Apple defende que a possibilidade de conhecer "todos os detalhes íntimos da nossa vida" através de um histórico da internet e de uma rede de contactos, "não devia sequer existir".
A Sociedade Britânica de Publicitários vai reunir-se com o Facebook de forma a poder esclarecer os seus membros acerca de potenciais consequências que derivem do caso Cambridge Analytica. Unilever e P&G fazem parte do lote de 3.000 marcas associadas a esta organização.
Os últimos dias não devem estar a ser fáceis para Mark Zuckerberg. Com a polémica do acesso indevido a dados dos utilizadores, a rede social já perdeu mais de 64 mil milhões de dólares em bolsa. Havendo até quem defenda o seu fim.
A Comissão Europeia já garantiu que não vai deixar de fora um negócio que é cada vez mais relevante e quer adotar novas medidas de atuação para as atividades geradas nas plataformas digitais. E a ideia é definir uma norma que pode ser global.
As novas políticas de publicidade da rede social poderão passar pela proibição de anúncios para ICOs, carteiras de criptografia e vendas de token. A medida será implementada no prazo de duas semanas.
França e Reino Unido ordenaram às empresas que parem com a partilha de dados de utilizadores nos seus países, mas a transmissão foi terminada em todo o continente até que esteja concordante com o novo regulamento de proteção de dados da UE.