A década que agora termina trouxe consigo uma profusão de gadgets que, a par e passo, foram tornando o mundo cada vez mais parecido aos cenários futuristas desenhados pela ficção científica. Ao longo de 10 anos, os “apetrechos” tecnológicos tornaram-se mais avançados e portáteis, ganharam inteligência e passaram a estar profundamente integrados em quase todos os aspetos da nossa vida.
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Smartphones: O futuro é “dobrável”, mas ainda há muito caminho a trilhar
Se há 10 anos já era difícil imaginar um mundo sem a presença dos smartphones, hoje, os dispositivos móveis tornaram-se, para muitos, algo verdadeiramente indispensável. No início de 2010, os telemóveis já começavam a dar sinais da sua “inteligência”, mas foi esta década que colocou o “smart” em smartphone, abrindo um novo mundo de possibilidades.
Em 2019, para além de dispositivos já preparados para a implementação do 5G, assistimos à chegada de smartphones verdadeiramente dobráveis: uma nova tendência num mercado que há já algum tempo que tem vindo a sentir dificuldades para se reinventar. Embora tudo indicasse que 2019 seria o seu ano, o novo conceito de dispositivos precisa ainda de trilhar muito caminho para se tornar, de facto, acessível ao consumidor.
Após o “tiro de partida” da Royole, a Samsung deu a conhecer a sua primeira aposta no mundo dos smartphones dobráveis. A pressa para ser das primeiras no mercado acabou por não jogar a favor da fabricante sul-coreana, que acabou por avançar em junho com um Galaxy Fold com demasiadas falhas e problemas. Depois de ter adiado o lançamento oficial para evitar mais uma crise semelhante à do Note 7 e de ter corrigido as falhas técnicas, a Samsung começou a comercializar o Galaxy Fold de forma gradual, sendo que Portugal recebeu-o ainda em 2019.
Ainda no mercado das apostas dobráveis, e por entre vários capítulos de uma guerra comercial cujo fim parece estar longe, a Huawei começou a comercializar o seu Mate X na China após alguns atrasos. Para já, ainda não existe uma data prevista para a chegada do smartphone aos restantes mercados. Um porta-voz da empresa terá indicado, em outubro, que a fabricante estaria a rever o seu plano de lançamento mundial do Mate X tendo em conta a chegada do 5G às diferentes regiões do mundo.
A saga entre o governo de Donald Trump e a fabricante chinesa fez correr muita tinta ao longo de 2019 e o seu impacto revelou-se logo no Mate 30 e 30 Pro, os primeiros smartphones da Huawei após o bloqueio. Embora a empresa não o tenha indicado diretamente, os Google Mobile Services parecem ter sido substituídos pelos serviços desenvolvidos pela Huawei: uma tendência que marcará os próximos lançamentos.
Em outubro, os indicadores do mercado de smartphones monstraram que está a crescer, registando um aumento de 2% a nível de envios de dispositivos móveis para as lojas, atingindo as 366 milhões de unidades no terceiro trimestre de 2019. No entanto, os lucros obtidos no mesmo período diminuíram na ordem dos 11%, não ultrapassando os 12 mil milhões de dólares. Neste panorama, 66% dos lucros de toda a indústria pertencem à Apple. A empresa da maçã apresentou o seu iPhone 11 em setembro e, embora tenha “esticado” o preço dos seus novos dispositivos, a Apple teve de aumentar a sua produção devido a uma procura mais elevada do que esperava.
Embora os smartphones dobráveis não tenham cumprido totalmente a sua promessa, no que toca à evolução tecnológica da próxima década uma coisa é certa: esta será fortemente marcada pelo crescimento comercial explosivo do 5G. A Ericsson prevê que o vê que o 5G atinja um total de 2,6 mil milhões de subscrições, à escala global, até ao fim de 2025. De acordo com a empresa, o processo de aceleramento da tecnologia avançará em 2020, preparando as bases para os altos níveis de adoção que se registarão a partir de 2021/2022.
Novidades "inteligentes" por todo o lado
As novidades “inteligentes” não se limitaram às pequenas máquinas na palma das nossas mãos, chegando sob a forma de wearables, ou tecnologia “pronta-a-vestir”. Em 2019, foram colocados nas lojas cerca de 84,5 milhões de unidades de acessórios tecnológicos, conhecidos como wearables, durante o terceiro trimestre de 2019, significando um crescimento de 94,6% face ao ano passado, segundo a IDC, equivalendo a um recorde de distribuição para um único trimestre.
O aumento significativo deu-se pela grande procura dos novos produtos que foram lançados no mercado, sobretudo ao nível dos auriculares sem fios. Os wearables que interagem com os assistentes inteligentes tornaram-se também populares, expandindo-se para além dos habituais acessórios de saúde e fitness. E as principais fabricantes de smartphone têm apostado no segmento, levando a “rivalidade” para outros terrenos, mas, no final da década, a Apple acabou por liderar no que toca à distribuição de wearables, quer com os seus AirPods, que em 2019 chegaram à sua segunda geração, quer com o seu Apple Watch, que neste ano, atingiu a sua quinta versão.
Mas não é tudo: em casa, os gadgets tornaram-se ubíquos não só graças ao surgimento de colunas inteligentes , mas também à popularização de dispositivos do ecossistema da Internet of Things (IoT). Os assistentes virtuais começaram a ganhar destaque a partir de 2015, com a comercialização do Amazon Echo e a já bem conhecida Alexa e, embora já não fossem uma tecnologia propriamente nova, já existindo nos smartphones, tomaram conta dos nossos dispositivos e dos nossos lares.
No final de 2018, mais de 114 milhões de pessoas em todo o mundo tinham e usavam uma coluna inteligente, revelaram os analistas da Canalys Research. A tendência no final da década foi de crescimento, prevendo-se uma subida na ordem dos 82,4% até ao final de 2019, significando um aumento para os 207,9 milhões.
O mercado das colunas inteligentes tornou-se cada vez mais concorrido. A Google, que se rendeu à “febre” dos assistentes pessoais inteligentes em casa em 2016, apresentou em outubro deste ano a sua mais recente aposta: os Google Nest Mini com o seu Google Assistant. A Apple anunciou o lançamento do Home Pod em 2017 e a Samsung também entrou na corrida, prometendo, em 2018, a chegada de uma coluna doméstica equipada com Bixby. Embora tenha atualizado o seu sistema inteligente, a Galaxy Home ainda continuava na oficina em agosto.
Em 2019, a Amazon apresentou várias novidades no que toca à integração da Alexa para além das colunas. Assim, a assistente inteligente da gigante do e-commerce passou também a estar em óculos, aneis, auscultadores sem fios, deixando a promessa de que a Alexa passaria a comunicar até com dispositivos não tão “inteligentes”, como interruptores de luz ou termóstatos.
Fora dos confortos do lar, os drones permitiram a qualquer um explorar ar, terra e até mar, sendo hoje utilizados para fins profissionais quase na mesma medida em que são usados por amadores e entusiastas da aviação. Neste universo, a DJI assumiu-se claramente como a principal marca e fabricante de drones domésticos e profissionais, e, mais recentemente, parece estar a querer conquistar também o mercado dos dispositivos terrestres de controlo remoto.
Nesta década, “fugir” à realidade tornou-se tão “simples” quanto colocar um headset de VR ou até mesmo uns óculos de realidade aumentada, que o diga, por exemplo, o mundo dos videojogos. Depois da queda e ascensão dos Google Glasses, pelo menos no seu conceito original, apostas como o Hololens da Microsoft e até de headsets de “realidade mista” como o Magic Leap começaram a tornar-se bem conhecidas. Já no mundo da realidade virtual, para o PC, popularizou-se o Oculus Rift que captou o interesse pelos famosos óculos VR, chamando a atenção do Facebook, o qual comprou a empresa. Já no mundo das consolas, a Sony governa sozinha com o seu sistema PS VR, contando com mais de 4 milhões de sistemas vendidos.
Não obstante todo o progresso registado ao longo dos últimos dez anos no mundo dos gadgets, o atual cenário pode não ser tão utópico quanto se esperava. Tornamo-nos mais dependentes dos smartphones e as pequenas máquinas na palma das nossas mãos que nos acompanham 24/7 acabaram por alterar muitos dos nossos comportamentos e hábitos. Além disso, a nossa privacidade viu-se cada vez mais comprometida, não só devido a plataformas e redes sociais cujo modelo de negócio é considerado incompatível com os direitos humanos, mas por assistentes inteligentes que passaram a saber mais do que certamente deveriam sobre nós. Por entre “altos e baixos”, uma coisa é certa: os gadgets estão cá para ficar e, provavelmente, já não conseguiríamos imaginar a nossa vida sem a sua presença.
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